Reabilitação da doença de Parkinson - II - Introdução à reabilitação
- Dr. Sergio Akira Horita 
- 10 de ago. de 2019
- 2 min de leitura

A reabilitação é um tratamento multiprofissional e tem como foco a melhora da funcionalidade.
Quando se pensa na funcionalidade, precisamos considerar as deficiências que a pessoa com doença de Parkinson apresenta, as limitações das atividades relacionadas ao processo de adoecimento e os consequentes problemas na participação. Abaixo, estão listadas os principais pontos a serem avaliados quando se pensa no impacto da doença de Parkinson na funcionalidade.

Alguns aspectos são de extrema importância para o desenvolvimento de um programa de reabilitação para a pessoa com doença de Parkinson. O estabelecimento do melhor horário das terapias através do reconhecimento dos períodos on (período de melhor ação das medicações antiparkinsonianas utilizadas pelo paciente) e off (período de menor ação dos medicamentos).
O equilíbrio, a postural corporal e a marcha indicam o impacto motor sobre a capacidade de locomoção do indivíduo, o que pode levar a um maior grau de inatividade, dificuldade para realização das transferências e maior risco de quedas. Outro aspecto importante é o grau de incapacidade cognitiva, indicando um maior comprometimento funcional, com dependência e necessidade de cuidados.
Avaliação do desfecho funcional
A utilização das escalas funcionais permite quantificar as deficiências, as limitações das atividades e as restrições na participação. Algumas das escaladas mais utilizadas estão listadas abaixo:
- Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS) 
- Freezing of Gait questionnaire (FOG-Q) 
- Teste de retropulsão 
- Timed Up and Go (TUG) 
- Teste de caminhada de 6 minutos 
- Teste de caminhada de 10 metros 
- Teste de equilíbrio de Berg 
Princípios da reabilitação
Fase inicial
Hoehn & Yahr: 1 a 2,5
Objetivos:
- Prevenção da inatividade 
- Prevenção do medo de se mover ou de cair 
- Preservação ou melhora da capacidade física (capacidade aeróbia, força muscular e mobilidade articular) 
Estratégias:
- Informações e orientações 
- Exercícios físicos (em grupo de preferência) 
- Equilíbrio 
Fase intermediária
Hoehn & Yahr: 2 a 4
Objetivos:
- Semelhantes aos da fase iniciais 
- Manutenção ou melhora das atividades, especialmente: transferência, postura corporal, equilíbrio e marcha 
Estratégias:
- Estratégias de movimento cognitivo 
- Utilização de pistas 
- Equilíbrio 
- Treino de marcha 
Fase final
Hoehn & Yahr: 5
Objetivos:
- Semelhantes ao da fase intermediária 
- Manutenção das funções vitais 
- Prevenção das lesões por pressão 
- Prevenção das contraturas 
Estratégias:
- Fisioterapia respiratória 
- Alongamentos 
- Mudanças de decúbito 
- Posicionamento adequado 
Referências:
- Ellis T1, Cavanaugh JT, Earhart GM, Ford MP, Foreman KB, Fredman L, Boudreau JK, Dibble LE. Factors associated with exercise behavior in people with Parkinson disease. Phys Ther. 2011 Dec;91(12):1838-48. doi: 10.2522/ptj.20100390. Epub 2011 Oct 14. 
- Keus, S. et al. Improving Community Healthcare for Patients with Parkinson's Disease: The Dutch Model. Parkinson's disease. 2012. 543426. 10.1155/2012/543426. 
- van Uemab, JMT et al. Health-Related Quality of Life in patients with Parkinson's disease—A systematic review based on the ICF model. Neurosc Biobehav Rev 2016; 61: 26-34 
- Vojciechowski, A.S., Zotz, T.G.G., Loureiro, A.P.C. and Israel, V.L. The International Classification of Functioning, Disability and Health as Applied to Parkinson’s Disease: A Literature Review. Advances in Parkinson’s Disease 2016, 5, 29-40. http://dx.doi.org/10.4236/apd.2016.52005 



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